"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas" Cora Coralina
Wanderico Nogueira e Antônia Maria Batista Ribeiro
Wanderico Nogueira nasceu em 29 de junho e 1909 em Itaporanga,
São Paulo, filho de José Ignácio Nogueira e Maria Antônia Geracina, casou com Antônia Maria Batista
Ribeiro em 08 outubro 1932 em Quatiguá, Paraná, Brasil. Antônia Maria nasceu
em 03 de agosto de 1916 em Quatiguá, Paraná, e era filha de Ananias Batista Ribeiro e Escolástica Maria de Jesus.
Suas duas
primeiras filhas - Maria Madalena e Irene Nogueira - nasceram em uma localidade chamada Patrimônio do Café que
pertencia a Ibaiti ou Salto do Itararé, Paraná. Depois moraram em Quatiguá,
Paraná onde nasceu João Nogueira, seu terceiro filho, durante este período trabalhavam com agricultura. Depois nasceram mais duas filhas Laura e Áurea Nogueira, ambas em Ibaiti, Paraná.
Sobre seu pai Áurea Nogueira conta: " Meu pai, Wanderico Nogueira, nasceu em 1909 em Itaporanga, São Paulo, ficou órfão de mãe quando criança. Ele não cursou nem as quatro primeiras séries do ensino fundamental, deve ter permanecido na escola por uns 2 ou 3 anos. Ele nos contava sobre o castigo da palmatória que existia na escola. Devido aos poucos anos de bancos escolares, tinha a instrução que a vida lhe proporcionou: discutia política, economia, direitos e deveres dos cidadãos, filmes que às vezes assistia no cinema, em sua época não havia televisão. Ele escrevia com a mão esquerda. Meu pai era muito ativo e trabalhador.(...) Meus pais trabalhavam na lavoura e eram bastante humildes, moravam no sítio de outros e trabalhavam muito. Meus irmãos nasceram em condições bastante precárias, sem nenhum conforto. Minha mãe os levava para a roça e os deixava embaixo dos cafezais para plantar, colher ou mesmo capinar, junto com meu pai. Eles às vezes comiam terra ou frutos do cafeeiro, por falta de alguém que os cuidasse. Um dia meu pai disse para minha mãe: "- Isso aqui não é lugar para se criar filhos, vamos vender a carroça, os cavalos e o que colhermos na lavoura e mudarmos para a cidade." Nesta mesma época Wanderico ficou doente ao contrair malária. A família mudou-se para Ibaiti por volta de 1942 e foram morar com José Ignácio Nogueira até seu restabelecimento.
Sobre seu pai Áurea Nogueira conta: " Meu pai, Wanderico Nogueira, nasceu em 1909 em Itaporanga, São Paulo, ficou órfão de mãe quando criança. Ele não cursou nem as quatro primeiras séries do ensino fundamental, deve ter permanecido na escola por uns 2 ou 3 anos. Ele nos contava sobre o castigo da palmatória que existia na escola. Devido aos poucos anos de bancos escolares, tinha a instrução que a vida lhe proporcionou: discutia política, economia, direitos e deveres dos cidadãos, filmes que às vezes assistia no cinema, em sua época não havia televisão. Ele escrevia com a mão esquerda. Meu pai era muito ativo e trabalhador.(...) Meus pais trabalhavam na lavoura e eram bastante humildes, moravam no sítio de outros e trabalhavam muito. Meus irmãos nasceram em condições bastante precárias, sem nenhum conforto. Minha mãe os levava para a roça e os deixava embaixo dos cafezais para plantar, colher ou mesmo capinar, junto com meu pai. Eles às vezes comiam terra ou frutos do cafeeiro, por falta de alguém que os cuidasse. Um dia meu pai disse para minha mãe: "- Isso aqui não é lugar para se criar filhos, vamos vender a carroça, os cavalos e o que colhermos na lavoura e mudarmos para a cidade." Nesta mesma época Wanderico ficou doente ao contrair malária. A família mudou-se para Ibaiti por volta de 1942 e foram morar com José Ignácio Nogueira até seu restabelecimento.
Em Ibaiti,
Wanderico começou a trabalhar como comerciante e também com transporte de
cargas para abastecimento do comércio da região.
"Meu pai mudou-se para Ibaiti, a cidade estava no início de seu desenvolvimento; é uma cidade acidentada, lá não existia carros, nem caminhões para transporte; meu pai comprou uma carroça, alguns cavalos e burros e ia todos os dias à estação ferroviária buscar as mercadorias que chegavam de trem e as levava para os comerciantes e cobrava pelo seu trabalho. Os animais descansavam no quintal de casa, também tínhamos uma vaca para nos dar leite. Meu pai era bastante nervoso e impaciente, quando os burros empacavam, isto é, estavam com preguiça ou cansados pelo trabalho (os animais se cansavam porque a cidade tinha muitas subidas e a estação ferroviária era localizada na parte mais baixa da cidade), ele descia da carroça e mordia as orelhas dos animais para descarregar sua raiva.
Com seu trabalho meu pai foi melhorando de situação e comprou um botequim da estação, onde eram vendidos café, coxinha de galinha e pastéis. Todas as tardes e manhãs o trem passava e nós íamos levar os pastéis, as coxinhas e uma enorme chaleira de café para meu pai vender no botequim; minha mãe se encarregava de fazê-los. (...) As coxinhas de galinha que ela fazia eram deliciosas, chamavam-se 'encapotados', pena que não aprendemos como fazê-las, lembro que eram feitas de polvilho, farinha de milho e pedaços de carne de galinha e depois eram fritos em óleo quente.
Após alguns anos de trabalho no botequim, eu devia ter uns cinco ou seis anos, meu pai construiu nossa primeira casa e junto dela um bar e panificadora. Todas as noites faziam pães e depois os vendiam e até existia um funcionário que os levava numa carrocinha puxada por um cavalo, para que fossem vendidos nas fazendas próximas da cidade."
"Meu pai mudou-se para Ibaiti, a cidade estava no início de seu desenvolvimento; é uma cidade acidentada, lá não existia carros, nem caminhões para transporte; meu pai comprou uma carroça, alguns cavalos e burros e ia todos os dias à estação ferroviária buscar as mercadorias que chegavam de trem e as levava para os comerciantes e cobrava pelo seu trabalho. Os animais descansavam no quintal de casa, também tínhamos uma vaca para nos dar leite. Meu pai era bastante nervoso e impaciente, quando os burros empacavam, isto é, estavam com preguiça ou cansados pelo trabalho (os animais se cansavam porque a cidade tinha muitas subidas e a estação ferroviária era localizada na parte mais baixa da cidade), ele descia da carroça e mordia as orelhas dos animais para descarregar sua raiva.
Com seu trabalho meu pai foi melhorando de situação e comprou um botequim da estação, onde eram vendidos café, coxinha de galinha e pastéis. Todas as tardes e manhãs o trem passava e nós íamos levar os pastéis, as coxinhas e uma enorme chaleira de café para meu pai vender no botequim; minha mãe se encarregava de fazê-los. (...) As coxinhas de galinha que ela fazia eram deliciosas, chamavam-se 'encapotados', pena que não aprendemos como fazê-las, lembro que eram feitas de polvilho, farinha de milho e pedaços de carne de galinha e depois eram fritos em óleo quente.
Após alguns anos de trabalho no botequim, eu devia ter uns cinco ou seis anos, meu pai construiu nossa primeira casa e junto dela um bar e panificadora. Todas as noites faziam pães e depois os vendiam e até existia um funcionário que os levava numa carrocinha puxada por um cavalo, para que fossem vendidos nas fazendas próximas da cidade."